ISOLDA MARINHO escreve poemas desde os 14 anos de idade. Publicou Sementes de Amora, Viço do Verso e Beijo de Tangerina. Recebeu Menção Honrosa no IV Concurso Raimundo Correa de Poesia e ganhou prêmio de publicação nos livros Poetas Brasileiros de Hoje e Escritores Brasileiros, Editora Crisalis (RJ). Seu nome é verbete no Dicionário de Escritores Brasilienses. Isolda foi a poeta da vez no dia 10 de novembro, quem conta a respeito é Rosângela Mello, bibliotecária integrante do Movimento MC pela Paz, que organizou no INSP a biblioteca onde os encontros de poesia têm se realizado: “Que apresentação fabulosa a Isolda fez para as meninas. Muito rica, muito lúdica, muito dinâmica e de uma alegria contagiante. Fiquei impressionada com a versatilidade que demonstrou, durante a apresentação de quase uma hora e meia ou mais, nem sentimos. Foi muito legal, a todo instante uma dinâmica diferente e com a participação empolgante da galerinha”.
Cigarras
Cigarras soturnas
sibilam
cintilam
simulam
sob sol setembro
Cigarras singelas
solenes
sozinhas
silenciam
sob céu cidade
cigarras sinceras
se soltam
soletram
suspiram
Cigarras são seres
sinistros
sensatos
sedentes
Cigarras sonoras
sossegam
sussurram
saciam
Cigarras são santas
sinais
silentes
silvestres
Cigarras sinfônicas
seus essessssssszzzzzzzzzzz
Parto
Nade em sua piscina, pequeno
Não tenha medo do veneno.
Desfrute do seu mundo.
Seu existir é tão profundo!
Rompa esta bolsa que lhe envolve.
Mostre seu membro que se move.
Amar?!
A vida lhe ensina.
Solte seu corpo do meu,
Corte este cordão,
Sou sua mãe,
O mundo é seu.
Seja nele um andarilho
Seu nascimento
É uma canção,
Meu filho.